
Museu Nacional da Música
O Museu Nacional da Música guarda uma das mais importantes coleções de instrumentos musicais do século XII ao XXI, representativos de diversas práticas e contextos, e alguns deles classificados como “tesouros nacionais”.
Apresentação
Com cerca de quinhentas peças em exposição, o Museu Nacional da Música alberga ainda nas suas reservas um acervo de mais de um milhar de instrumentos musicais, bem como ferramentas de construção de instrumentos, equipamentos áudio, acessórios diversos, partituras, fonogramas, iconografia e documentação variada.
Pela sua raridade e importância, alguns dos instrumentos musicais da sua coleção encontram-se classificados como "tesouros nacionais". Destacam-se o cravo de Joaquim José Antunes, datado de 1758, o cravo de Pascal Taskin, construído em 1782 para a corte de Luís XVI de França, o piano Boisselot & Fils, que o virtuoso Franz Liszt trouxe para Lisboa durante a sua digressão ibérica de 1844-1845, ou o violoncelo stradivarius, datado de 1725, que pertenceu ao rei D. Luís.
Apresentação
Bem vindo!
O Museu Nacional da Música, com sede em Lisboa, Portugal, é uma instituição tutelada pela Direção-Geral do Património Cultural que salvaguarda uma das mais ricas coleções instrumentais da Europa, além de diversos acervos de partituras, fonogramas, iconografia, bibliografia e documentação vária relacionada com o universo da música.
Desde 26 de Julho de 1994 encontra-se instalado em espaço próprio na Estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, beneficiando de um protocolo de mecenato assinado entre o ex-Instituto Português de Museus e o Metropolitano de Lisboa. Atualmente, prepara-se a sua transferência para novas instalações no Real Edifício de Mafra.
O Museu Nacional da Música tem como missão conservar, estudar e comunicar os seus bens culturais, assim promovendo o património musical em sentido lato. Esta missão tem sido desenvolvida, entre outras atividades, em ações de conservação e restauro e de incorporação de novos espécimes, em projetos de investigação e de edição de publicações, bem como na promoção e realização de encontros científicos, exposições temporárias, atividades educativas e recitais.
História
A ideia de um museu de música aberto ao público tornou-se realidade em 1905, quando a coleção de instrumentos musicais de Alfredo Keil, compositor do hino nacional A Portuguesa, passou a ser visitável. À época, o projeto de criação de um museu de instrumentos musicais foi energicamente impulsionado pelo musicólogo Michel’angelo Lambertini, que promoveu a recolha de espécimes raros de diversas proveniências. Com apoio do melómano António Augusto de Carvalho Monteiro, o "Monteiro dos Milhões", este trabalho culminou em 1916 na criação do Museu Instrumental de Lisboa, onde Lambertini pôde juntar a sua própria coleção à de Alfredo Keil. Mais tarde, este legado é em grande parte incorporado no Museu Instrumental do Conservatório Nacional. Na década de 1970, por falta de espaço, o Museu Instrumental é obrigado a abandonar o Conservatório, e inicia-se uma fase atribulada na qual o seu acervo seria instalado, sucessivamente, no Palácio Pimenta, na Biblioteca Nacional e no Palácio-Convento de Mafra. Numa iniciativa conjunta de Lisboa 94 — Capital Europeia da Cultura, do Metropolitano de Lisboa e do Instituto Português de Museus, seria assinado um protocolo para o acolhimento temporário da coleção na estação de metro do Alto dos Moinhos, onde permaneceu até à inauguração das novas instalações no Real Edifício de Mafra, em 2025. Pelo meio, e até aos dias de hoje, a coleção continua a crescer graças à aquisição e à doação de testemunhos extraordinários da história da música em Portugal e no mundo.
História
A história do Museu Nacional da Música é também a história de inúmeras personalidades que o acompanharam ao longo dos anos, reunindo as colecções, procurando um espaço adequado para as acondicionar, estudando-as, sempre com o objectivo de as tornar visíveis.
1911
Em concreto, a génese do museu remonta a 1911 quando o musicólogo Michel'angelo Lambertini consegue fazer-se nomear pelo governo para iniciar a recolha de instrumentos musicais, partituras e peças de iconografia musical dispersos em edíficios públicos e religiosos.
O objectivo era a criação de um museu, projecto a que Lambertini se dedica com todo o entusiasmo. Contudo, rapidamente o musicólogo se depara com a falta de vontade da classe governante, o que o leva a re-equacionar o projecto do museu, procurando a ajuda de particulares. Recorre então a António Carvalho Monteiro, também coleccionador, para que adquirisse a colecção Keil, em perigo de sair para o estrangeiro. Vende-lhe a sua própria colecção e propõe-lhe avançarem com o projecto em conjunto. Carvalho Monteiro aceita e cede um espaço para acomodação dos espécimes organológicos num edifício da Rua do Alecrim, onde se reúnem o conjunto das colecções Lambertini, Alfredo Keil e Carvalho Monteiro. A recolha continuaria até à morte de ambos, em 1920, altura em que a colecção perfaz um número superior a 500 espécimes. De fora ficaria a colecção Lamas (leiloada pelos herdeiros, em 1916), da qual algumas peças terão possivelmente sido adquiridas.
1931
Com as mortes de Carvalho Monteiro e de Lambertini, o projecto de criação do museu instrumental fica adiado. Como consequência, o acervo reunido na Rua do Alecrim permanece em completo abandono até que, em 1931, Tomás Borba, conservador do então Museu e Biblioteca do Conservatório Nacional, o redescobre. É Borba quem fica encarregue de proceder à aquisição, aos herdeiros de Carvalho Monteiro, do espólio que restava, sendo este posteriormente transferido para o Conservatório Nacional. Mais tarde, também os instrumentos que haviam pertencido ao rei D. Luís, e que se encontravam no Palácio da Ajuda, se juntam às colecções, bem como algumas peças vendidas durante o período de abandono na Rua do Alecrim, adquiridas em leilões pelo Conservatório Nacional.
1946
A partir de 1946, com a reabertura do Conservatório após obras de melhoramento, o museu é inaugurado oficialmente, conhecendo um período de desenvolvimento da vertente museológica e da preocupação com o acesso por parte do público.
1971
No princípio da década de 70, o espaço ocupado pelo museu torna-se necessário, em virtude da criação de três novas escolas no Conservatório - Dança, Cinema e Educação pela Arte. Tendo em vista a possibilidade de possuir um espaço próprio, as 658 peças, que então constituíam a colecção, são transferidas, em 1971, para o Palácio Pimenta no Campo Grande. Ali permanecem até 1975, em condições precárias. Nesse ano, por decisão de João de Freitas Branco, então Secretário de Estado da Cultura, e da Escola de Música do Conservatório, são novamente transferidas, desta vez para a Biblioteca Nacional, onde o musicólogo Santiago Kastner dá início à inventariação dos espécimes.
1980
Durante este período, comissões criadas para a instalação do museu discutem qual o melhor local para acolher condignamente o acervo musical que continua a aumentar sob a gestão do Departamento de Musicologia do IPPC dirigido por Humberto D'Ávila. Vários edifícios são apontados como hipótese: os Palácios Cabral e Ratton, em Lisboa; o Centro Cultural de Belém; o Palácio de Queluz ou o Convento de São Bento da Vitória no Porto. Por várias razões nenhuma destas hipóteses foi avante.
1991
Em 1991, por decisão da Secretaria de Estado da Cultura, e correspondendo à vontade da direcção da Biblioteca Nacional, alegando falta de espaço, as colecções são empacotadas e transferidas mais uma vez, desta feita para o Palácio Nacional de Mafra, onde permanecem até à abertura do museu no Alto dos Moinhos.
1993
Com a assinatura, a 1 de Outubro de 1993, Dia Mundial da Música, de um protocolo, ao abrigo da lei do mecenato, entre o Instituto Português de Museus (actual Direcão Geral do Património Cultural) e o Metropolitano de Lisboa, estão finalmente reunidas as condições para a realização do sonho de Lambertini. Uma vez disponibilizado o espaço na estação de metro do Alto dos Moinhos, o Museu da Música é inaugurado a 26 de Julho de 1994.